6.9.04

ASSOCIAÇÃO DE QUEM?

Descobrimos a nova imagem do site da APROSE, a associação de classe mais representativa dos mediadores de seguros. A imagem é nova, mas a representatividade (quase inexpressiva) e as ideias não mudaram.
Esta organização, que não representa de forma alguma os mediadores da nossa agência e os respectivos interesses, arvora-se de representar mediadores profissionais, independentes e responsáveis. E salienta o facto de não incluir neste grupo os agentes exclusivos porque se entendeu que relativamente a estes mediadores as características de independência e profissionalismo não se verificam.
Aliás, este filtro da elite da mediação (leia-se esta associação de corretores) assume que enveredou a dada altura por uma política semelhante à do consumo mínimo no bares para garantir a saida dos mediadores menos profissionais, ou seja: estabeleceu uma quota impossível de suportar pelos agentes com menor dimensão para assim expurgar o seu clube de milionários de eventuais vozes dissonantes. Trata-se, no fundo, de uma associação de fachada que representa na prática os interesses de um grupo restrito de pessoas que se entretêm a organizar eventos inócuos e que pouco ou nada defendem a generalidade do sector.
Esta conclusão é extraída com base em duas realidades: os factos escritos que acima reproduzimos na íntegra ou linkamos e a prática corrente, da qual apenas algumas escassas centenas de profissionais beneficiam.
Em quase vinte anos de actividade seguradora, pouco nos interessaram as nuances da APROSE e continuariam a nada interessar. Porém, a arrogância com se permitem enquadrar os agentes exclusivos (boa parte dos melhores de que o mercado dispõe) num contexto menor só se explica pelo receio de que sejam estes (os mais fortes e habilitados para o efeito de entre os não corretores) a destronarem sem apelo a dinastia de suprasumos que inviabiliza um associativismo digno desse nome.
A APROSE não possui legitimidade para proceder a distinções entre os profissionais do sector e se o quer fazer deverá refundar-se como ANCOSE e deixar aos agentes o caminho livre para uma representação digna desse nome.
A alegada independência de muitos agentes não exclusivos pode encobrir uma selecção das seguradoras em função das contrapartidas financeiras que estas lhes ofereçam ou de protocolos fechados que lhes permitam aviar seguros em série, sem nada a ver com os interesses legítimos dos consumidores. Por outro lado, quando um agente abraça a exclusividade (expondo-se de antemão às suspeitas que uma qualquer APROSE pode levantar em relação à sua independência) é porque tem a certeza de escolher a melhor seguradora do país na sua perspectiva e, naturalmente, a mais habilitada a servir melhor os seus Clientes e a sua própria estrutura comercial.
Ao enveredar pelo caminho do elitismo e da arrogância, a APROSE está apenas a criar as condições para que a falta de paciência dos agentes visados venha a resultar na criação de uma alternativa mais actuante e acessível a todos os profissionais do sector. Que já peca por tardia, considerando o exemplo que citamos.

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